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quinta-feira, 3 de julho de 2014

NAIRÓBI RECEBE I ASSEMBLÉIA AMBIENTAL DA ONU

Evento ofuscado pela Copa do Mundo de 2014 a primeira Assembléia Ambiental das Nações Unidas (Unea, na sigla em inglês) ocorreu com o objetivo anunciado de incentivar a “economia verde”; combater a caça ilegal de animais e a poluição marinha, entre outros temas. De 23 a 30 de junho a capital queniana sediou o evento que pretende, conforme os organizadores: “influenciar a ação política sobre temas ambientais, variando do consumo à produção sustentável, e financiando a economia verde, a repressão ao comércio ilegal de animais selvagens e a regulamentação de leis ambientais.” A Unea surgiu como sugestão da Cúpula das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, realizada há dois anos no Rio de Janeiro. 



sexta-feira, 20 de junho de 2014

16º FESTIVAL INTERNACIONAL DE CINEMA E VÍDEO AMBIENTAL (FICA) PREMIA DOCUMENTÁRIO ALEMÃO: METAMORPHOSEN

O Festival goiano premiou o longa alemão que retrata os efeitos do acidente nuclear de 1957, na central nuclear Mayak, em Chelyanbinsk Oblast, no sul da Rússia. Metamorphosen mostra um dos lugares mais contaminados do planeta. Longos silêncios de desolação, depoimentos de sobreviventes, fazem do filme de Sebastian Mez mais um grito de alerta sobre o horror nuclear. 

O encerramento do festival ficou por conta da banda Nação Zumbi.

Trailer do filme Metamorphosen: http://vimeo.com/58106803

Site do Festival: http://fica.art.br/


quinta-feira, 5 de junho de 2014

VERDE-MUSGO – Confissões de um Ecoguerrilheiro - Entrevista com o autor do livro, Rico Fardin

Entrevistamos José Henrique Fardin (Rico), autor de VERDE-MUSGO – Confissões de um Ecoguerrilheiro, livro de ficção sobre a vida de um jovem guerrilheiro verde. 
O livro foi lançado em 2010, de forma independente pelo autor.


"Aquecimento global, poluição, desmatamento, extinção das espécies... Qual atitude ter ante o anunciado cataclismo ambiental?
A maioria dá as costas ou leva uma vida mais ecologicamente correta para amenizar a culpa. Alguns, porém, entendem que a Terra não pode esperar pela elevação da consciência do homem, por isso deflagram uma verdadeira guerrilha ambiental contra todos os agentes poluidores. Para um ecoguerrilheiro, não há tempo para protestos, abaixo-assinados virtuais ou denúncias em órgãos públicos, muitos deles corruptos. Para um ecoguerrilheiro, é tempo de batalha."









ENTREVISTA:

AmbienteMaiss: Este é o seu segundo livro publicado. Qual o ponto de conexão entre “Verde Musgo Confissões de um ECOguerrilheiro” e “A Compaixão Pelo Rato - Romance sobre o Tibete”, publicado em 2008, ambos de forma independente?

José Henrique Fardin: É paradoxal, pois ambos guardam uma distância muito grande um do outro ao mesmo tempo em que possuem o mesmo sentimento de comprometimento com certas causas que seus personagens expressam. Te diria então que o ponto de conexão entre eles está na obstinação de seus personagens, o que acaba sendo a base da trama em cada um deles.

AmbienteMaiss: Por que a opção de publicar independente, e não por uma editora?

José Henrique Fardin: Porque filho meu cuido eu, não sei se me entende. Além disso, é uma ilusão do escritor achar que ele dependente de editoras para publicar seus livros. É mais trabalhoso publicar de forma independente, mas plenamente possível.

AmbienteMaiss: Como surgiu o interesse pela questão ambiental?

José Henrique Fardin: Minha experiência com a questão ambiental vem desde criança, mais precisamente desde que me apaixonei pela natureza. Minha ecoguerrilha fica adstrita à escrita, a qual, aliás, me salvou de um sofrimento horrível que eu sentia em face da destruição da Terra. Escrever esse livro foi libertador. Ele me alçou a um patamar interior mais confortável, de maior compreensão sobre o que realmente está acontecendo e isso me acalmou muito.

AmbienteMaiss: O que está acontecendo então na sua visão?

José Henrique Fardin: Um processo absolutamente normal e, até certo ponto esperado, na relação histórica entre a humanidade a o planeta Terra. Observe os estágios da relação entre um filho e uma mãe e você verá que está acontecendo exatamente o mesmo entre o ser humano e a Terra.  Um bebê suga a mãe sem qualquer preocupação consciente de retorno. Uma criança quase sempre quer impor sua vontade sobre a da mãe. Vejo que a humanidade está na fase do despertar da adolescência responsável madura, começando a agir com maturidade e respeito, rumo a um comportamento adulto que fará de tudo para proteger a Terra. Tal como nós, adultos, com relação aos nossos pais, numa clara inversão de papéis. Mas isto ainda num futuro distante. Ainda haveremos de sugar muito a Terra. O processo de regeneração já começou, mas como tudo em termos macros, levará décadas e décadas para revertermos o quadro até que a Terra comece a ganhar mais do que perder. Por isso, não devemos nos culpar demasiadamente porque somos adolescentes sem muita consciência.

AmbienteMaiss: Uma humanidade púbere?

José Henrique Fardin: Sim, ela é. Mas não me agrada esse pensamento que demoniza o ser humano e o vê como uma verdade praga no mundo. Afinal, de quem é a culpa por existir 7 bilhões de pessoas que querem comer, se vestir, viajar, comprar um presente, etc? Ninguém conseguirá apontar um culpado.  
  
AmbienteMaiss: Verde Musgo – Confissões de um ECOguerrilheiro retrata um personagem obcecado pela salvação do planeta, por justiça ambiental. O personagem principal acaba por encontrar em Carolina, uma dançarina as voltas com raves e drogas sintéticas, um novo sentido na vida. Mas essas coisas não se encontram desconectadas. Fale-nos sobre essa suposta “contradição”. 

José Henrique Fardin: Essa aparente contradição é justamente a tensão da trama, mas ela cessa ao final quando certas verdades sobre Carolina são descobertas por Verde Musgo. Isso lhe permite uma compreensão maior sobre sua obsessão por uma garota que a seus olhos se parece uma verdadeira Chernobyl ambulante.

AmbienteMaiss: Ecoguerrilha é o mote do livro. Que tipo de “ecoguerrilha” você, como advogado e escritor, considera viável?

José Henrique Fardin: Esta é uma questão subjetiva. Cada um deve saber como agir diante desta problemática. Vai muito da importância que cada um dá ao planeta. Em se tratando de atuação, sou apenas um amante da natureza, com predileção a conjugar a questão ambiental com a espiritualidade. Eu não advogo método algum, pois como disse cada um deve saber como agir. Embora seja contra a violência como caminho de luta ambiental, entendo perfeitamente a dor que os ecorradicais sentem e a opção por um caminho mais aguerrido. Eu já senti essa raiva. O livro me livrou dela.
  
AmbienteMaiss: Em certo sentido toda a civilização se encontra refém, consciente ou não, do aspecto socioeconômico em torno dos combustíveis fósseis. Não somente o Oriente Médio, mas países como a Brasil e Venezuela, citando como exemplos na América do Sul, têm enorme potencial em petróleo, ao passo que se encontram, sob vieses diversos, sacudidos por manifestações e distúrbios sociais. Como você tem visto este quadro?

José Henrique Fardin: É a tensão natural que sempre existiu e sempre existirá entre grupos de diferentes interesses.  É possível prever um arrefecimento em face das novas tecnologias. Mas sempre haverá esta batalha entre os que exploram a Terra e os que apenas querem conviver com ela.

AmbienteMaiss: Embora o personagem Verde-Musgo esteja situado no Rio de Janeiro, existe uma passagem do livro onde ele toma um banho de esgoto no Guaíba. Na década de noventa o Pró-Guaíba previa, entre uma série de programas de recuperação e conservação, obras de saneamento básico na região hidrográfica de 86 mil quilômetros quadrados, nove bacias, cerca de 270 municípios e sete milhões de habitantes. Mas foi boicotado pelos sucessivos governos e definitivamente suspenso ainda no primeiro módulo, apesar da garantia de recursos. Hoje pagamos por isso. Atualmente o Projeto (PISA) da prefeitura pretende ampliar de 27% para 77% o tratamento de esgoto na capital. Mas parece um projeto isolado, sem levar em conta toda a região hidrográfica, ao contrário do Pró-Guaíba. Como cidadão porto-alegrense como você analisa esta situação?

José Henrique Fardin: Com lamento, porque perdemos a maior preciosidade da cidade, porém com esperança também porque sei que ainda nos banharemos no Guaíba do centro da cidade, comeremos seu peixe e tomaremos da sua água sem qualquer filtragem.

AmbienteMaiss: Um dos pontos altos do livro é o “refúgio” do personagem na Amazônia, para uma “purificação” com a namorada Carolina. Você conhece de perto a questão amazônica? Há o desmatamento por parte de madeireiras ou com fins agropecuários, além de toda situação das demarcações de terras indígenas e da extração de recursos pelo capital internacional. Qual a perspectiva, no seu ponto de vista, sobre todas estas questões que envolvem este suposto “pulmão do mundo” que é a Amazônia?

José Henrique Fardin: A Amazônia é do mundo, logo é o mundo quem tem que tomar conta dela. Claro que sob a gerência do governo brasileiro a partir de suas universidades, coordenando as atividades e os interesses incidentes. Nosso país tem se mostrado incompetente para conservar este patrimônio da Terra, da humanidade. Somente um governo que realmente priorize a questão ambiental fará isso e, quando isso acontecer, espero que ele seja forte o suficiente para saber coordenar a ajuda internacional sem deixar de priorizar os benefícios que toda a humanidade poderá ter com a exploração amorosa da Amazônia.

AmbienteMaiss: Um tema que é tratado com certa frequência neste blog é a situação dos agrotóxicos. Recentemente o Ministério Público Federal (MPF) solicitou a suspensão do registro de oito agrotóxicos até que haja uma reavaliação da toxidade pela ANVISA. Comer sem veneno está cada vez mais complicado?

José Henrique Fardin: Pelo contrário, está cada vez mais acessível. A busca pelos orgânicos tem aumentado muito, basta ver o sucesso das feiras ecológicas. Até os grandes atacadistas estão adotando esta prática. É um processo irreversível. Mas ainda é tudo muito incipiente. A tendência é crescer, o que demandará, mais cedo ou mais tarde, de uma reestruturação nos meios de produção de alimentos, priorizando os mini e pequenos produtores agroecológicos.

AmbienteMaiss: Finalmente, além de novas publicações, algum projeto na área ambiental?

José Henrique Fardin: Em breve, um livro contando uma experiência muito significativa executando um projeto de administração de resíduos que eu criei no tempo que morei na Índia, chamado de Green Compassion (Compaixão Verde) num mega mosteiro budista com 600 monges. Uma aventura ecológica que eu quero partilhar com os jovens de todas as idades, especialmente os escolares. 

*O Autor advoga, palestra e escreve. Também é dele o romance A Compaixão pelo Rato - O Romance da Libertação do Tibete, publicado em 2008.

domingo, 25 de maio de 2014

DO CAMPO À MESA: UM TORTUOSO CAMINHO...

Em tempos de adulteração no leite, e antibiótico no vinho, os cuidados de sempre com a alimentação acabam redobrados. Adultos e crianças andam consumindo formol; água oxigenada; soda cáustica; amido; bicarbonato de sódio; ureia e sabe-se lá mais o quê misturado no leite. Apreciadores do “sacrossanto” vinho andam consumindo antibiótico sem receita. Não é preciso ser jurista para reconhecer como genocídio este tipo de crime. Estamos falando de misturas as quais não constam nos rótulos e embalagens.

Problemas na fiscalização? Cada vez mais há uma opinião corrente sobre a falta de segurança alimentar para os consumidores brasileiros. O canal Do Campo à Mesa produz vídeos e artigos esmiuçando os itens dos rótulos de alimentos, legislação e curiosidades, nem sempre agradáveis, mas bastante úteis sobre os produtos do supermercado. A jornalista Francine Lima, com êxito no Youtube, segue prestando um ótimo serviço público: http://canaldocampoamesa.com.br/

quinta-feira, 8 de maio de 2014

PLANO DE SUSTENTABILIDADE INDÍGENA (GRITO DA FLORESTA)

Está ocorrendo na Aldeia Passo Feio, em Nonoai (RS), o evento que pretende lançar a ideia de um Plano de Sustentabilidade Indígena. Entre 6 e 9 de maio líderes indígenas e entidades governamentais, capitaneados pelo Conselho Estadual dos Povos Indígenas (CEPI), debaterão um cronograma de demarcações de terras; recursos para agricultura; avanço do saneamento básico nas aldeias; cursos de qualificação e adequação dos programas de governo às particularidades de cada tribo. 

Imagem de verdedentro.wordpress.com
Desassistidos pela FUNAI, muitas aldeias plantam com agrotóxico, seguindo a cartilha da agricultura predatória; ou mesmo se vêem obrigados a arrendar as terras por falta de segurança e de recursos. O Plano de Sustentabilidade Indígena, portanto, pretende ser uma espécie de guarda-chuva para todas essas demandas.  

Em cidades como Porto Alegre, ou em qualquer parte do Brasil, vemos a dificuldade destes povos originários, desassistidos pelo poder público, vítimas de uma série de preconceitos sociais, vivendo em grande parte precariamente do seu artesanato. Também chamado de Grito da Floresta, o evento representa, acima de tudo, o clamor destes povos por respeito e dignidade.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Documentário: Quem Matou o Carro Elétrico?

EV1 deveria ser o primeiro veículo elétrico produzido em larga escala. Em 1996 a General Motors (GM) colocou o modelo em linha de teste nos estados americanos da Califórnia e Arizona, em contrato de “leasing” limitado por três anos. A partir de 1999, apesar da aprovação em massa por parte dos motoristas que o testaram a GM começou o recolhimento e destruição dos veículos interrompendo o projeto definitivamente e, causando uma grande indignação entre consumidores e ambientalistas. Em 2006 foi lançado o documentário Quem Matou o Carro Elétrico? 

Assista ao vídeo na íntegra:


terça-feira, 22 de abril de 2014

CORREDOR PARQUE DO GASÔMETRO FINALMENTE APROVADO NA CÂMARA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE

Desde 2009, quando houve a revisão do Plano Diretor e Desenvolvimento Urbano Ambiental, está prevista a criação do Parque do Gasômetro. Em 2013 o projeto foi protocolado na Câmara de Vereadores, pretendendo a delimitação física, e qualificando essa região da cidade, preservando o seu patrimônio cultural.

Praça Julio Mesquita, Porto Alegre-RS - Foto de AmbienteMaiss
A área em questão abrange, além da Usina, a Praça Júlio Mesquita, o Museu do Trabalho e seu entorno (a praça Brigadeiro Sampaio), e uma área delimitada pela avenida Presidente João Goulart, avenida Loureiro da Silva, rua Vasco Alves, rua Washington Luiz e rua General Salustiano, incluindo terreno da CEEE e do município, em frente à Câmara, onde será a futura sede da Ospa.

Emendas como o rebaixamento da Avenida Presidente João Goulart, e outras, foram rejeitadas. A emenda do vereador Professor Garcia (PMDB) proibindo estacionamento na Praça Júlio Mesquita, entretanto, foi aprovada. Também outra, de Airton Ferronato (PSB), orientando uma solução urbanística de articulação dos espaços do parque e fácil deslocamento para pedestres e deficientes físicos, teve aprovação na Câmara. O próximo passo será a concepção do parque, definindo-se o uso e as melhorias que serão realizadas no local.

sábado, 12 de abril de 2014

NEGADO PELA JUSTIÇA FEDERAL O PEDIDO DO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL (MPF) DE SUSPENSÃO DE OITO AGROTÓXICOS

Foto de culturahd.com.br
Se for levado em conta o Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos da ANVISA, ainda não podemos estar seguros em ralação aos danos à saúde pública. Isto porque itens básicos como o arroz, a soja e o milho, por exemplo, ainda não são avaliados pela ANVISA em relação aos resíduos de agrotóxicos.

Na contramão do descaso e da irresponsabilidade pública o Ministério Público Federal (MPF) solicitou a suspensão do registro de oito agrotóxicos até que haja uma reavaliação da toxidade pela ANVISA. Conforme o procurador da República Anselmo Henrique Cordeiro Lopes, o prazo da agência “já esgotou há muito tempo.”

Os princípios ativos são: lactofem, forato, parationa metílica, abamectina, paraquate, carbofurano, tiram e glifosato. Este último presente em 98% da área de soja (4,7 milhões de hectares no ciclo 2012/13 do Rio Grande do Sul), representante do modelo de agricultura predatória vigente no país. Exceto o glifosato, todos os demais venenos já estão proibidos nos Estados Unidos, na União Européia e na China. O que é bastante representativo do risco à SEGURANÇA ALIMENTAR de todos nós, consumidores brasileiros.

Muita atenção, inclusive, para o PL 99/2013, de autoria da deputada Marisa Formolo (PT), sobre a rotulagem na exposição de produtos com agrotóxicos nas indústrias e supermercados. Este projeto de lei segue trancado na Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) devido a pressões de entidades como Farsul, Fetag, Fecomércio e Fiergs. Outro ponto é o contrabando de agrotóxicos ilegais, objeto de ação da Polícia Federal na Operação Ceifa, em municípios gaúchos como: Guaíba, Santa Cruz do Sul, Morrinhos do Sul, Bagé e Jaguarão.

Em outra ação civil do MPF é solicitado que a CTNBio proíba a comercialização de sementes transgênicas resistentes ao herbicida 2,4-D até posicionamento da ANVISA. Ainda conforme o procurador da República Anselmo Henrique Cordeiro Lopes: “O grande problema é que a substância será utilizada de forma sinérgica com o glifosato sem que se tenha analisado os riscos desta combinação”. Conforme especialistas, o 2,4-D é um dos componentes do agente laranja, utilizado como arma biológica, no Vietnã, pelos Estados Unidos. E devidamente proibido na sua terra natal.

Apesar de tudo, o juiz Jamil Rosa, da 14ª Vara Federal de Brasília, afirma ser “temerária a suspensão dos registros deferidos pelos órgãos e entidades competentes na área de produtos agrotóxicos sem estudos técnicos conclusivos”. O MPF pretende recorrer da decisão. O mérito da ação contra a União e o CTNBio ainda não foi julgado. Segue a guerra de interesses e de laudos técnicos, quando deveria haver consenso, em primeiro lugar, pela SEGURANÇA ALIMENTAR dos consumidores brasileiros.

quinta-feira, 27 de março de 2014

SEM CHANCE PARA O CADASTRO AMBIENTAL RURAL (CAR)

Imgem de: https://www.senado.gov.br/

O Cadastro Ambiental Rural (CAR) é um levantamento de informações georreferenciadas dos imóveis rurais. Dependem deste levantamento as delimitações das Áreas de Proteção Permanente (APP) e Reserva Legal (RL).

Sancionado em 2012, parte do polêmico Código Florestal, o Cadastro Rural necessita de uma estrutura de fiscalização cujas instruções estão ligadas diretamente à presidente Dilma, que ainda nem sequer as editou.

Procuramos entender o motivo de tamanho descaso e chegamos a seguinte conclusão: é o ano da “Copa das Copas” e das eleições. As instruções estão mais para não acirrar conflitos que possam prejudicar o bom desempenho eleitoral das últimas três disputas pelo Planalto. E assim evitar mal-estares com a Bancada Ruralista que está, em grande parte, na base aliada do governo petista.

Mais informações sobre APP's:

terça-feira, 25 de março de 2014

PONTOS DE COLETA DE LIXO ELETRÔNICO EM PORTO ALEGRE

Reproduzimos o material de divulgação da Rede de Cooperação e Ecoprofetas a fim de facilitar o recolhimento de lixo eletrônico como: pilhas e baterias, TVs e aparelhos de som, celulares, computadores, impressoras e eletrodomésticos em geral.

Para os moradores de Porto Alegre, alguns pontos de coleta:

  • TUPÃBAE – De segunda a sexta-feira das 9h às 16h30min na Avenida Voluntários da Pátria, 905 – Centro
  • ATECH TECNOLOGIA – Rua General Caldwell, 1132-B – Menino Deus de segunda a quinta-feira, das 8h às 18h
  • BRIQUE DA REDENÇÃO - Sábados das 8h às 12h, na Feira Ecológica
  • INSTITUTO LEONARDO MURIALDO – Rua Vidal de Negreiros, 583 – Bairro São José de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h

Maiores informações: www.redecooperação.comfundsol@redecooperação.com – (51) 3061.1113 e (51) 8485-6773

Imagem de http://www.lacis.pro.br/

sábado, 22 de março de 2014

FUKUSHIMA: UM DESASTRE CONTINUADO

Imagens de www.revistaescola.abril.com.br e www.terra.com.br
Dia 11 de março, no Japão, o protesto antinuclear convocado por uma plataforma de ONGs e agrupamentos cívicos lembrou os três anos do acidente na Central de Fukushima, provocado por um terremoto, causando mortes e consequências ambientais ainda não completamente quantificadas. O protesto seguiu do parque Hibya até a sede do Parlamento Japonês.

A crise está longe de ser resolvida, e países como Alemanha já reconheceram a aposta equivocada na geração de energia atômica. Desde o acidente em Fukushima, o país europeu já desativou 7 de suas usinas nucleares e aumentou a importação de gás dos russos.

Esta questão, certamente, interfere em assuntos como as sanções que o Ocidente pretende impor à Rússia em relação à crise da Ucrânia, por exemplo. Sendo 40% do gás da Alemanha fornecido pela Rússia, parte de um comércio bilateral de cerca de US$ 106 bilhões, a retórica sobre sanções dificilmente avançará um determinado limite, apesar do apelo da comunidade internacional capitaneado pelos Estados Unidos.

Segue uma breve retrospectiva dos desdobramentos pouco divulgados de vazamentos de água radioativa somente entre final de 2013 e início deste ano.

Novembro de 2013

Na metade de novembro de 2013 foi noticiado um novo vazamento na central nuclear de Fukushima, com índice considerado elevado. A Tokyo Electric Power (Tepco), empresa que administra a central nuclear de Fukushima, anunciou que pretende demitir mil funcionários dentro de um programa voluntário para reduzir gastos, em troca de uma ajuda financeira adicional do governo.

19.11.2013

A Tepco anuncia que finalizou, sem incidentes, o segundo dia da retirada de combustível nuclear da piscina do reator 4. A operação visou a retirada de 1.533 pacotes de barras de urânio e de plutônio armazenados.

21.11.2013

Concluída a remoção dos primeiros bastões de combustível que estavam em um tanque de resfriamento de um reator danificado. A Tepco ainda terá de retirar outras 1,5 mil peças potencialmente danificadas.

Dezembro de 2013

Novo vazamento de 1,8 toneladas de água radioativa é detectado em Fukushima, através de rachaduras nas barreiras que rodeiam os tanques para armazenar líquido contaminado. A operadora (Tepco) acredita que não há riscos de chegar ao oceano.

Janeiro de 2014

Uma equipe de cientistas nucleares do Japão pretende criar um derretimento controlado de um reator nuclear como forma de tentar aprender a lidar com futuros desastres como o de 2011.
A Agencia de Energia Atômica do Japão declarou que está trabalhando em um projeto usando uma versão em escala reduzida de um reator, e que criará, deliberadamente, um mau funcionamento no mesmo centro de pesquisa, em Ibaraki, ao norte de Tóquio.

Fevereiro de 2014     

Outro vazamento de mais de cem toneladas de água radioativa em um tanque que, segundo a Tepco, não chegou ao mar. Mas como saber a verdadeira situação e quanta água radioativa pode estar escorrendo para o mar?

Março de 2014

Em meio aos protestos antinucleares, e após três anos do acidente, repórteres tiveram acesso ao local pela primeira vez, sem evidenciar qualquer tipo de progresso nas tarefas de controlar os danos causados. Nos arredores da Central Nuclear, ainda há uma área proibida ao público devido aos altos índices de radioatividade. Milhares de pessoas trabalham construindo tanques para proteger a água contaminada. Apesar disso, as dezenas de milhares de pessoas desalojadas de suas residências não têm notícias promissoras e é provável que jamais voltem para as suas casas. 

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

O PREÇO DA ENERGIA ELÉTRICA

Imagem de http://www.manews.com.br/

Mudança de discurso: o ministro de Minas e Energia Édson Lobão, que no início de fevereiro garantia risco “zero” em relação ao baixo nível de armazenamento em muitos reservatórios do país, passou a defender, na metade do mês, a velha tese de que o consumidor deve pagar (toda) a conta. Ele argumenta: “É claro que há uma taxa mínima de risco, se as condições forem absolutamente adversas, se não vierem chuvas.” Outro comentário do ministro: “Apagão é uma coisa, desabastecimento é outra. Desabastecimento é o que esperamos que jamais ocorra no país.” Nós também.

Mas para não deixar a oportunidade em branco, entrou na pauta o déficit de R$ 5,6 bilhões da Conta do Desenvolvimento Energético (CDE), o fundo que abastece programas sociais como a tarifa social de baixa renda e o programa Luz para Todos. Se confrontado com os números do Impostômetro, o custo social não deveria ser tratado como “rombo”. Nenhuma novidade.

Em resumo, o consumidor, que após décadas pagando através de tributos específicos o investimento em hidrelétricas, mesmo depois de quitados estes investimentos (e sem receber o desconto equivalente), agora, provavelmente, terá de desembolsar a mais algo em torno de 4,6%.

Em momentos críticos (leia-se: verão) é curioso jamais entrar na pauta dos discursos (oficiais) a inserção de energias limpas na matriz energética nacional. Belo Monte, e demais hidrelétricas, ao contrário, são anunciadas como sinônimo de pujança e desenvolvimento.

Mas qual é o preço da energia elétrica?

Isso depende, basicamente, das opções de investimento durante décadas. Nos perguntamos: a inserção oficial (efetiva) de energias limpas na matriz energética brasileira acarretaria em economia para o bolso do consumidor? Num primeiro momento, talvez, com a propagação de sistemas de geração de energia descentralizados. E em fornecimento de larga escala, também, em médio e longo prazo, dependendo de uma série de fatores, entre os quais as conjunções políticas e a voracidade dos “LOBOS” do setor.


Mas nós continuamos, ao que parece, no século XX. Essa mudança, irremediável, segue tratada como mera “perfumaria.” Coisa de um futuro distante. Parece cômodo, prático, rentável. Basta acionar as termelétricas, de custo operacional ainda mais elevado, e taxar os consumidores.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

BIOENERGIA: LIXO ORGÂNICO NÃO É REJEITO

Pesquisas recentes apontam que a população dos ditos países emergentes está mais preocupada e receptiva às ações do campo socioambiental do que a população dos ditos países ricos.
O contato mais “intenso” com a natureza e a carência de serviços essenciais como saneamento básico, por exemplo, podem contribuir com essa percepção das pessoas.

No Brasil há um ciclo de carência e de projetos e investimentos em pelo menos cinco eixos da sustentabilidade: mobilidade urbana, energia renovável, agroecologia, água: saneamento e controle dos recursos hídricos, destinação correta de lixo e reciclagem.

Apesar do discurso “VERDE” ser bastante utilizado no meio político e empresarial, ainda nos encontramos longe de ser vanguarda na área do meio ambiente. Um exemplo disso é o destino dado a 97% do lixo sólido orgânico urbano do Brasil: os LIXÕES municipais; que aumentam a poluição do solo e dos lençóis freáticos, entre outros impactos ambientais, e não contribuem, portanto, com a sustentabilidade num setor que bem mereceria maiores investimentos do BNDES. Estamos entre as dez piores nações em destinação correta do lixo e saneamento básico. Ainda precisamos fazer o dever de casa, evidentemente.

Conforme dados do Cempre (Compromisso Empresarial para Reciclagem) o Brasil recicla apenas 3% do lixo sólido orgânico urbano. Importante lembrar que a (PNRS) Política Nacional de Resíduos Sólidos, cujas diretrizes balizam os municípios nesta área, define REJEITO como os materiais em que a possibilidade de reaproveitamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis estejam esgotados.

Vale lembrar, também, que o prazo dado aos municípios pela PNRS para apresentação de proposta com um plano de ação para os ATERROS SANITÁRIOS se encerra em 2014. Apesar disso, os municípios, em geral, ainda estão muito atrasados no cumprimento desta primeira etapa, alegando falta de verbas.

BIOMASSA: BIOENERGIA

Entre as principais alternativas de geração de energia para os centros urbanos do futuro está a chamada Bioenergia, aproveitando o lixo seco (incineração: queima dos resíduos como madeira, papel, etc.) e o lixo orgânico, composto basicamente por água, carbono e oxigênio. No caso do lixo orgânico, para que seja aproveitado como energia, deve ser submetido a altas temperaturas em equipamentos adequados.
Ressalva: a geração de gases poluentes pela queima de lixo orgânico era até alguns anos atrás, o principal impeditivo para o uso potencial, em larga escala, desta tecnologia. Apesar disso, países como Alemanha, entre outros, já exigem, com êxito, uma nova geração de biodigestores não poluentes, garantido a qualidade dos gases emitidos

Foto de www.engdofuturo.com.br
O Brasil, para a inclusão do biogás em sua matriz energética, ainda precisa importar uma micro turbina que garante a qualidade dos gases emitidos. Os aterros sanitários, nos quais diferente dos lixões há um preparo do solo para evitar a contaminação do lençol freático e dos demais recursos hídricos pelo chorume, também devem estar equipados, conforme a (PNRS) Política Nacional de Resíduos Sólidos, com os dispositivos não poluentes para queima de metano para geração de energia. Outro benefício deste processo é o aproveitamento de 10% das cinzas (inertes) para asfalto ou matéria-prima para construção civil.

Lixo orgânico não é rejeito: países da União Européia e Japão, por exemplo, já transformam algo em torno de 50% do seu lixo orgânico em energia elétrica. Por estas plagas, como já vimos, 97% desse tipo de lixo é encaminhado para os poluentes lixões dos municípios, sem qualquer retorno socioambiental.

Concluímos, portanto, que temos uma legislação razoável em muitas questões ambientais, desde que ela seja aplicada. A sociedade civil como origem e fim do interesse público no setor, deve informar-se e pressionar seus representantes pela expansão desta e de outras matrizes energéticas renováveis (solar, eólica) sob pena de os APAGÕES virarem rotina, ao menos nos próximos verões com pouca chuva e reservatórios das hidrelétricas (muito) abaixo do nível.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Lâmpadas Moser – Luz para comunidades remotas



O mecânico Alfredo Moser é um típico gênio modesto, porém obstinado. Ele é natural de Uberaba (MG) e foi durante os frequentes apagões em 2002, na região do Triângulo Mineiro, que o mecânico começou a desenvolver lâmpadas com garrafas pet. Hoje a invenção está próxima de completar um milhão de unidades instaladas em todo o mundo.

COMO FUNCIONA?
Os materiais básicos: uma garrafa pet de dois litros transparente, cheia de água, com algumas colheres de sopa de água sanitária (evita formação de bactérias). Funciona apenas de dia, espalhando a luz através da refração.

APLICAÇÃO:
Serve para famílias carentes em regiões remotas e desabastecidas, para quem uma iluminação “reciclada”, mesmo que somente durante o dia, representa um salto qualitativo significante no cotidiano.

O inventor Alfredo Moser viaja pelo Brasil e pelo mundo compartilhando o seu conhecimento em instituições de ensino. A associação MyShelter (Filipinas) adotou a ideia. Atualmente as Lâmpadas Moser também estão na Argentina e na Alemanha, entre outros países. 

Reportagem sobre a invenção:

http://www.youtube.com/watch?v=0yy7MeupzjY

Imagem de coletivo.virtualad.com.br

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Missão China: Fábrica de painéis solares estuda instalação de uma unidade em São Leopoldo-RS



Em comitiva na China para atrair negócios para o Rio Grande do Sul, o governo do Estado esteve prestes a acertar a instalação da Hanergy, maior empresa de energia renovável da China, no Parque Tecnológico Tecnosinos (São Leopoldo-RS).

Após o anúncio de um provável acordo com a fábrica de painéis solares o governador sinalizou a intenção de uma gradual substituição da matriz energética no Estado (basicamente hidrelétrica.) pela energia solar.

Isto significa um ponto positivo para a atual administração pela visão estratégica do investimento em sustentabilidade, evidentemente. Basta saber se haverá conjuntura política para dar prosseguimento nessa direção diante dos grandes interesses que envolvem o setor. Como vantagem aos empresários chineses o governo do Estado ofereceu renúncia fiscal, para que a empresa financie pesquisadores.

Tarso Genro declarou sobre o assunto: “Podemos realizar também a mesma ação para produzir energia para os prédios públicos e estruturas de saúde pública em áreas remotas.”

Esperamos o desfecho do negócio, em primeiro lugar; e que as palavras do governador Tarso Genro não sejam eleitoreiras. Pois uma substituição (gradual) da matriz energética basicamente hidrelétrica por matrizes energéticas renováveis (solar, eólica e biomassa), demonstra, ao menos, uma visão mais conectada com as nossas reais necessidades em termos de soberania energética. Mas como todos sabem: de boas intenções o inferno está cheio. 

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